sexta-feira, 26 de março de 2010
Babalorixá
Babalorixá
É um sacerdote e chefe de um Terreiro de Candomblé. É o responsável por tudo que acontece, ninguém faz nada sem sua prévia autorização. Sua função é sacerdotal, ele faz consultas aos Orixás através do jogo de búzios haja visto que no Brasil não temos o habito de consultar o Babalawo, que seria o chefe supremo do jogo de Ifá, devido a ausência do mesmo em nossa tradição afro-brasileira desde a morte de Martiniano do Bonfim, que segundo os mais antigos foi por volta de 1943 que faleceu o último Babalawo sacerdote supremo do culto de Ifá no Brasil, que não temos participação ativa de um Babalawô em nossos ritos, agora com os avanços tecnológicos e com a imigração voluntária de africanos para o Brasil ouvimos falar de novos Babalawôs em nossa tradição, daí precisamos diferenciar Ifá de Merindelogun e jogo de búzios. Contando com a ajuda de muitas pessoas para a administração da casa, cada um tem uma função específica na hierarquia, mas todos sabem fazer de tudo para um caso de emergência. A responsabilidade, a quantidade de filhos-de-santo, a quantidade de clientes, e a quantidade de problemas a serem resolvidos não se comparam ao de uma casa menor. O Babalorixá das grandes casas conta com a ajuda de um grupo de auxiliares. (ver hierarquia).
quinta-feira, 25 de março de 2010
Caros Amigos
Oyá Igbalé
Oyá Igbalé
Assentos de Oya ygbale no Candomblé.Oyá Igbalé, Oya Ygbale, Iansã do Balé, são títulos pertinente a Oya Mensan Orum, "Mãe dos nove céus" ou dos nove Planetas. sua saudação é Iyá Mesan Orun e Èpa heyi!. Identificada no jogo do merindilogun pelos odu odi, ossá e owarin e representado materialmente e imaterial pelo candomblé, através do assentamento sagrado denominado Igba oya.
Oyá Igbalé é a denominação usada pelo candomble e povo do santo por sua ligação e domínio do cemitério ("igbale" ou "balé"), depois que Omolu ofertou-lhe parte de seu poder para conduzir os ancestrais egungun. Vestindo-se de branco com o seu irukerê é encarregada de separar os vivos dos mortos e adorada por todos, venerada no ritual de (iku) Axexê.
Qualidades de Oya Ygbale
1 Oyà Gbale Funán
2 Oyà Gbale Fure
3 Oyà Gbale Guere
4 Oyà Gbale Toningbe
5 Oyà Gbale Fakarebo
6 Oyà Gbale De
7 Oyà Gbale Min
8 Oyà Gbale Lario
9 Oyà Gbale Adagangbará
REVELANDO OS JINKIS
NKISI ESTÁTUA
Os Jinkisi (plural de Nkisi) são chamados também de figuras do poder, e são associados à idéia do fetiche porque são manifestações materiais de entidades espirituais. Os Jinkisi estátuas do poder são as forças mágicas encarnadas que influenciam a vida diária. Podem ser solicitadas pelo o adivinho, em rituais terapêuticos, ou para a proteção. No universo cultural do Congo, a morte e a doença não são coisas naturais e sim o resultado de práticas ocultas, voluntárias ou não. Por isso é sempre necessário identificar a fonte dessas práticas que perturbam a vida do homem. Neste sentido um Nkisi pode intervir devido ao seu poder de adivinhação. O Nkisi estátua não representa uma personalidade espiritual e sim fornece uma moradia para ele. Como objeto material, um Nkisi é invocado para executar um determinado dever que lhe foi atribuído durante a criação.
A função precisa de um Nkisi é determinada pelo “Nganga” que lhe dá força e ativa a estátua colocando cargas mágicas no estômago, na cabeça, nas costas, ou no sexo dela. Feitas com vários recipientes, as cargas contêm o poder real da estátua.
Um Nkisi está em contato com forças sobrenaturais, portanto tem de ser manipulado com precaução. O mau uso dessa força pode ser nefasto e pode virar contra o usuário. Qualquer um pode possuir um nkisi, mas somente o “Nganga” tem o poder o controlar ou ativar sua força.
Os elementos que compõem um Nkisi são colocados ali por razões específicas e são considerados “remédios” (bilongo).
Figura - Esta estátua é coberta por óleo (preparado pelo Nganga) e tem duas cargas mágicas: uma na cabeça e o outra no estômago. A carga no estômago é preparada com sementes pretas fechada por uma peça (tampinha) de vidro redondo e a cabeça é preparada com o óleo pelo Nganga.
NKISI DIVINDADE
As divindades cultuadas pela etnia bantu-brasileira são denominadas por: Mukixi (cujo plural é Akixi) em kimbundu, Nkisi (cujo plural é Jinkisi) em kikongo.
Nós cultuamos as seguintes divindades do panteão bantu:
Pambu Njila - divindade ligada aos caminhos
Nkosi (kikongo) Hoxi (kimbundu) - divindade ligada à guerra
Katende – divindade ligada as jinsaba (folhas)é ele que sabe todos os segredos das Jinsaba.
Muta Kalombo – deus da caça
Nzaze – divindade ligada ao raio
Vunji – Divindade que atua junto com Kisanga nos nascimentos das crianças
Hongolo – divindade ligada ao arco-íris. O arco-íris ligado aos movimentos de subida e descida das águas.
Hongolo Menha – parte feminina de Hongolo
Kavungo / Nsumbo – filho do rei de Ngola, Kitembu. Senhor da terra, tem caminhos com antepassados e une-se a eles para encaminhá-los. É o senhor da ráfia e das enfermidades.
Kitembu – foi um dos primeiros fundadores de clãs e um rei muito famoso. Rei da nação Ngola. Divindade ligada ao tempo e às mutações.
Teleku Mpensu – divindade que é filho de Ndanda Lunda Kibanza e de Ungunzu. Teleku Mpensu divindade pescador e caçador.
Ndanda Lunda – divindade nobilíssima de Lunda, mulher que tem título de nobreza.
Matamba – divindade ligada à guerra, ao fogo
Mikaia / Samba – divindade ligada ao mar e ao infinito
Nzumba - divindade que atua influenciando o eclipse do sol, da lua; é uma divindade antiga relacionada à astrologia. Senhora do roxo.
Lemba - é o deus da procriação, dependendo da região pode ser tratado como uma deusa também. Lemba foi o primeiro Nkisi criado por Nzambi.
Nzambi – Deus supremo, o criador de tudo.
Existem Jinkisi que variam de raiz para raiz (Ndanji) e estão ligados diretamente aos quatro elementos da natureza. Nós de Angola cultuamos diversos Jinkisi, mas muitos estão em extinção, tais como: Mukubuala (divindade ligada aos frutos); Nkita (delegado); Makita (divindade ligada à fúria); Mutanjinji (divindade feminina da caça); Nkondi (entre os Cabindas é uma divindade vingativa, mas entre os bavili é um nkisi público ele fica na entrada da cidade); Tuhemba (divindade fundamentada com o Uafu Zá-Kuíza “abiku”); entre muitas outras divindades que entraram em extinção.
Cada divindade tem sua saudação, sua louvação, sua kizomba (festa) e vestimentas, entre outras coisas. As divindades estão em nossa cultura, em nossas mimbu (cantigas), rezas e culto. Cada pessoa tem uma divindade, e cada uma sabe qual é sua divindade por meio do sacerdote (Tat’etu) ou sacerdotisa (Mam’etu) que consultam o Ngombo (jogo de adivinhação da cultura Bantu). Uma das formas da pessoa ficar mais próxima do Mukixi / Nkisi é após a iniciação (feitura / recolhimento), que procede de muitos fundamentos e rituais. Assim a pessoa fica mais perto da divindade, pois estabelece um elo com Ela e com a sua religião.
Kitembu é a divindade, o patrono, o rei da Mbutu Ngola (nação Angola), e está presente em todos os momentos de nossa vida, pois é quem comanda o tempo. Diversas casas de Candomblé de Angola têm a árvore de Kitembu. Foi ele que dividiu as tarefas e as funções para cada Mukixi / Nkisi.
Mukixi/nkisi é uma palavra presente em inúmeras línguas bantu para designar uma energia, um espírito, ou um objeto dotado de uma força ativa e transformadora. Por isso é confundido com “fetiche”. Daí, um de seus significados na África: “medicamento”. No Brasil, a palavra derivada nkisi/mukixi designa o nome genérico das divindades do Candomblé Bantu ou de Angola que correspondem ao termo “Orisá” do Candomblé Nagô. Orisá - ori = cabeça, sá = guardião; orisá = guardião da cabeça, termo usado na cultura Iorubana. Vodum - termo usado na cultura Jêje.
Os Jinkisi (plural de Nkisi) são chamados também de figuras do poder, e são associados à idéia do fetiche porque são manifestações materiais de entidades espirituais. Os Jinkisi estátuas do poder são as forças mágicas encarnadas que influenciam a vida diária. Podem ser solicitadas pelo o adivinho, em rituais terapêuticos, ou para a proteção. No universo cultural do Congo, a morte e a doença não são coisas naturais e sim o resultado de práticas ocultas, voluntárias ou não. Por isso é sempre necessário identificar a fonte dessas práticas que perturbam a vida do homem. Neste sentido um Nkisi pode intervir devido ao seu poder de adivinhação. O Nkisi estátua não representa uma personalidade espiritual e sim fornece uma moradia para ele. Como objeto material, um Nkisi é invocado para executar um determinado dever que lhe foi atribuído durante a criação.
A função precisa de um Nkisi é determinada pelo “Nganga” que lhe dá força e ativa a estátua colocando cargas mágicas no estômago, na cabeça, nas costas, ou no sexo dela. Feitas com vários recipientes, as cargas contêm o poder real da estátua.
Um Nkisi está em contato com forças sobrenaturais, portanto tem de ser manipulado com precaução. O mau uso dessa força pode ser nefasto e pode virar contra o usuário. Qualquer um pode possuir um nkisi, mas somente o “Nganga” tem o poder o controlar ou ativar sua força.
Os elementos que compõem um Nkisi são colocados ali por razões específicas e são considerados “remédios” (bilongo).
Figura - Esta estátua é coberta por óleo (preparado pelo Nganga) e tem duas cargas mágicas: uma na cabeça e o outra no estômago. A carga no estômago é preparada com sementes pretas fechada por uma peça (tampinha) de vidro redondo e a cabeça é preparada com o óleo pelo Nganga.
NKISI DIVINDADE
As divindades cultuadas pela etnia bantu-brasileira são denominadas por: Mukixi (cujo plural é Akixi) em kimbundu, Nkisi (cujo plural é Jinkisi) em kikongo.
Nós cultuamos as seguintes divindades do panteão bantu:
Pambu Njila - divindade ligada aos caminhos
Nkosi (kikongo) Hoxi (kimbundu) - divindade ligada à guerra
Katende – divindade ligada as jinsaba (folhas)é ele que sabe todos os segredos das Jinsaba.
Muta Kalombo – deus da caça
Nzaze – divindade ligada ao raio
Vunji – Divindade que atua junto com Kisanga nos nascimentos das crianças
Hongolo – divindade ligada ao arco-íris. O arco-íris ligado aos movimentos de subida e descida das águas.
Hongolo Menha – parte feminina de Hongolo
Kavungo / Nsumbo – filho do rei de Ngola, Kitembu. Senhor da terra, tem caminhos com antepassados e une-se a eles para encaminhá-los. É o senhor da ráfia e das enfermidades.
Kitembu – foi um dos primeiros fundadores de clãs e um rei muito famoso. Rei da nação Ngola. Divindade ligada ao tempo e às mutações.
Teleku Mpensu – divindade que é filho de Ndanda Lunda Kibanza e de Ungunzu. Teleku Mpensu divindade pescador e caçador.
Ndanda Lunda – divindade nobilíssima de Lunda, mulher que tem título de nobreza.
Matamba – divindade ligada à guerra, ao fogo
Mikaia / Samba – divindade ligada ao mar e ao infinito
Nzumba - divindade que atua influenciando o eclipse do sol, da lua; é uma divindade antiga relacionada à astrologia. Senhora do roxo.
Lemba - é o deus da procriação, dependendo da região pode ser tratado como uma deusa também. Lemba foi o primeiro Nkisi criado por Nzambi.
Nzambi – Deus supremo, o criador de tudo.
Existem Jinkisi que variam de raiz para raiz (Ndanji) e estão ligados diretamente aos quatro elementos da natureza. Nós de Angola cultuamos diversos Jinkisi, mas muitos estão em extinção, tais como: Mukubuala (divindade ligada aos frutos); Nkita (delegado); Makita (divindade ligada à fúria); Mutanjinji (divindade feminina da caça); Nkondi (entre os Cabindas é uma divindade vingativa, mas entre os bavili é um nkisi público ele fica na entrada da cidade); Tuhemba (divindade fundamentada com o Uafu Zá-Kuíza “abiku”); entre muitas outras divindades que entraram em extinção.
Cada divindade tem sua saudação, sua louvação, sua kizomba (festa) e vestimentas, entre outras coisas. As divindades estão em nossa cultura, em nossas mimbu (cantigas), rezas e culto. Cada pessoa tem uma divindade, e cada uma sabe qual é sua divindade por meio do sacerdote (Tat’etu) ou sacerdotisa (Mam’etu) que consultam o Ngombo (jogo de adivinhação da cultura Bantu). Uma das formas da pessoa ficar mais próxima do Mukixi / Nkisi é após a iniciação (feitura / recolhimento), que procede de muitos fundamentos e rituais. Assim a pessoa fica mais perto da divindade, pois estabelece um elo com Ela e com a sua religião.
Kitembu é a divindade, o patrono, o rei da Mbutu Ngola (nação Angola), e está presente em todos os momentos de nossa vida, pois é quem comanda o tempo. Diversas casas de Candomblé de Angola têm a árvore de Kitembu. Foi ele que dividiu as tarefas e as funções para cada Mukixi / Nkisi.
Mukixi/nkisi é uma palavra presente em inúmeras línguas bantu para designar uma energia, um espírito, ou um objeto dotado de uma força ativa e transformadora. Por isso é confundido com “fetiche”. Daí, um de seus significados na África: “medicamento”. No Brasil, a palavra derivada nkisi/mukixi designa o nome genérico das divindades do Candomblé Bantu ou de Angola que correspondem ao termo “Orisá” do Candomblé Nagô. Orisá - ori = cabeça, sá = guardião; orisá = guardião da cabeça, termo usado na cultura Iorubana. Vodum - termo usado na cultura Jêje.
KITUMINU KIA NKISI
KITUMINU KIA NKISI
(Obrigação de Santo)
Quando realizamos obrigações aos Jinkisi, estamos envolvendo uma série de fundamentos, mas vamos dar ênfase as oferendas, que são uma forma ritualística pela qual os praticantes do candomblé oferecem seus Makudia aos Jinkisi, visando demonstrar respeito, amor e gratidão por aqueles os protegem e guiam.
Como na natureza tudo se transforma, e o alimento é a base do sustento, nada melhor que oferecermos os produtos da natureza, em suas várias formas, para aqueles que são os senhores de tudo. As energias que os alimentos possuem de forma individual ou combinada, são manipuladas pelos Jinkisi para atingir (ou pelo menos gerar elementos facilitadores) o objetivo da oferenda.
Também faz parte oferendas contendo partes de animais sacrificados. Neste caso, usam-se apenas as partes chamadas nguzu (força) dos animais.
(Obrigação de Santo)
Quando realizamos obrigações aos Jinkisi, estamos envolvendo uma série de fundamentos, mas vamos dar ênfase as oferendas, que são uma forma ritualística pela qual os praticantes do candomblé oferecem seus Makudia aos Jinkisi, visando demonstrar respeito, amor e gratidão por aqueles os protegem e guiam.
Como na natureza tudo se transforma, e o alimento é a base do sustento, nada melhor que oferecermos os produtos da natureza, em suas várias formas, para aqueles que são os senhores de tudo. As energias que os alimentos possuem de forma individual ou combinada, são manipuladas pelos Jinkisi para atingir (ou pelo menos gerar elementos facilitadores) o objetivo da oferenda.
Também faz parte oferendas contendo partes de animais sacrificados. Neste caso, usam-se apenas as partes chamadas nguzu (força) dos animais.
kufumala
kufumala
(defumar)
O uso de ervas, essências e resinas queimadas para a produção de fumaça odorífera é a chamada defumação, sendo um dos principais e mais difundidos métodos de manipulação magística.
Lembramos que este método não é utilizado apenas pela nossa Religião, sendo observado, ainda, no catolicismo, no budismo, no islamismo, na Índia, na China, entre os índios das Américas e praticamente em todas as seitas e religiões do mundo. Isto mostra a ancestralidade da defumação, assim como a importância da mesma que é muito maior que apenas um cheiro bom no ambiente.
Pelos motivos aludidos, percebemos a importância da escolha adequada das ervas para atingir o objetivo visado e é claro que esta mistura adequada não é encontrada nas casas de artigos religiosos.
Na nossa Religião existe uma infinidade de combinações positivas para uso coletivo ou individual, visando desagregar certas forças, imantar outras, ou ainda atuar em chacras ou plexos energéticos alterando o tônus vibratório dos mesmos. Os segredos desta ciência e arte na terapia vegeto - astromagnética são conhecidos pelos iniciados neste mister.
O tipo do braseiro ou incensório utilizado também é importante, pois deve ser de material adequado para potencializar a defumação obedecendo as forças sutis da natureza.
(defumar)
O uso de ervas, essências e resinas queimadas para a produção de fumaça odorífera é a chamada defumação, sendo um dos principais e mais difundidos métodos de manipulação magística.
Lembramos que este método não é utilizado apenas pela nossa Religião, sendo observado, ainda, no catolicismo, no budismo, no islamismo, na Índia, na China, entre os índios das Américas e praticamente em todas as seitas e religiões do mundo. Isto mostra a ancestralidade da defumação, assim como a importância da mesma que é muito maior que apenas um cheiro bom no ambiente.
Pelos motivos aludidos, percebemos a importância da escolha adequada das ervas para atingir o objetivo visado e é claro que esta mistura adequada não é encontrada nas casas de artigos religiosos.
Na nossa Religião existe uma infinidade de combinações positivas para uso coletivo ou individual, visando desagregar certas forças, imantar outras, ou ainda atuar em chacras ou plexos energéticos alterando o tônus vibratório dos mesmos. Os segredos desta ciência e arte na terapia vegeto - astromagnética são conhecidos pelos iniciados neste mister.
O tipo do braseiro ou incensório utilizado também é importante, pois deve ser de material adequado para potencializar a defumação obedecendo as forças sutis da natureza.
NTAMBI
NTAMBI
(cerimônia fúnebre)
Ntambi é o ritual que se faz quando alguém do santo (Kixika ia ngoma, makota, mameto, etc...) desencarna, esse ritual começa enquanto o corpo está sendo velado, posteriormente tendo continuidade na Inzo; de acordo com o grau hierárquico e o tempo de feitura procede-se assim a ordem do ritual:
Iniciado com 1 ano sem obrigação = 1 dia de ritual
Iniciado com 1 ano com obrigação = 3 dias de ritual
Iniciado com 3 anos de obrigação = 3 dias de ritual
Jitata, Makota etc..= 7 dias de ritual
(cerimônia fúnebre)
Ntambi é o ritual que se faz quando alguém do santo (Kixika ia ngoma, makota, mameto, etc...) desencarna, esse ritual começa enquanto o corpo está sendo velado, posteriormente tendo continuidade na Inzo; de acordo com o grau hierárquico e o tempo de feitura procede-se assim a ordem do ritual:
Iniciado com 1 ano sem obrigação = 1 dia de ritual
Iniciado com 1 ano com obrigação = 3 dias de ritual
Iniciado com 3 anos de obrigação = 3 dias de ritual
Jitata, Makota etc..= 7 dias de ritual
MAKU NVUMBI
MAKU NVUMBI
(mão de morto)
É a obrigação de retirada do Muki Okala que foi introjetado mutue do filho de Santo pelo zelador falecido. Esta obrigação só poderá ser realizada após um ano de falecimento do zelador. Este ritual consiste em várias etapas secretas, dentre elas, um Kusaka específico, amanci, makudia, kufumala e etc...
(mão de morto)
É a obrigação de retirada do Muki Okala que foi introjetado mutue do filho de Santo pelo zelador falecido. Esta obrigação só poderá ser realizada após um ano de falecimento do zelador. Este ritual consiste em várias etapas secretas, dentre elas, um Kusaka específico, amanci, makudia, kufumala e etc...
KIJIBA
KIJIBA
(sacrifício)
Para o bantu, o sacrifício, como ato religioso, assume o lugar central do culto. A religião tradicional exprime-se, sobretudo, pelo sacrifício que, oferecido pelo sacerdote, manifesta o seu caráter familiar, comunitário. Todos os grupos praticam os sacrifícios e fazem oferendas. No sacrifício mata-se um animal para oferecer em parte ao mundo invisível (a outra parte serve de alimento normalmente), o sacrifício fica aceito porque os antepassados comem a força vital e deixam o envoltório para que os vivos celebrem a refeição ritual de comunhão. Para o Bantu, o sangue é o veículo primordial da vida. Assim, derramá-lo sacrificalmente significa ofertar o que há de mais valioso, comunicar-se por um veículo participável, e recuperar em troca uma vitalidade maior, suprir a exigência ou fervor pessoal e comunitário de se imolar, descarregar a culpabilidade, conseguir um favor, comungar o invisível.
Os animais sacrificados mais freqüentemente são o galo e a galinha, que têm lugar primordial na liturgia sacrifical bantu. As razões podem ser várias. A galinha está ao alcance de todas as pessoas, pululam nas aldeias sem que se preocupem pelo alimento. Além disso, como vítima de sacrifício, nenhum animal oferece tantas variações individuais.
(sacrifício)
Para o bantu, o sacrifício, como ato religioso, assume o lugar central do culto. A religião tradicional exprime-se, sobretudo, pelo sacrifício que, oferecido pelo sacerdote, manifesta o seu caráter familiar, comunitário. Todos os grupos praticam os sacrifícios e fazem oferendas. No sacrifício mata-se um animal para oferecer em parte ao mundo invisível (a outra parte serve de alimento normalmente), o sacrifício fica aceito porque os antepassados comem a força vital e deixam o envoltório para que os vivos celebrem a refeição ritual de comunhão. Para o Bantu, o sangue é o veículo primordial da vida. Assim, derramá-lo sacrificalmente significa ofertar o que há de mais valioso, comunicar-se por um veículo participável, e recuperar em troca uma vitalidade maior, suprir a exigência ou fervor pessoal e comunitário de se imolar, descarregar a culpabilidade, conseguir um favor, comungar o invisível.
Os animais sacrificados mais freqüentemente são o galo e a galinha, que têm lugar primordial na liturgia sacrifical bantu. As razões podem ser várias. A galinha está ao alcance de todas as pessoas, pululam nas aldeias sem que se preocupem pelo alimento. Além disso, como vítima de sacrifício, nenhum animal oferece tantas variações individuais.
LEKALU IA ULUNGU
LEKALU IA ULUNGU
(ordem de barco)
Angola Ketu
1º Muzenza Rianga ou Kamoxi
2º Muzenza Kaiadi ou Kaiari
3º Muzenza Katatu
4º Muzenza Kauana ou Kananu
5º Muzenza Katanu
6º Muzenza Kasamanu
7º Muzenza Kasamba
8º Muzenza Kanake ou kanabo
9º Muzenza Kavete
10ºMuzenza Kakuinhi ou Undeko
Dofono
Dofonitinho
Fomo
Fomotinho
Gamo
Gamotinho
Vimo
Vimotinho
Timo
Timotinho
(ordem de barco)
Angola Ketu
1º Muzenza Rianga ou Kamoxi
2º Muzenza Kaiadi ou Kaiari
3º Muzenza Katatu
4º Muzenza Kauana ou Kananu
5º Muzenza Katanu
6º Muzenza Kasamanu
7º Muzenza Kasamba
8º Muzenza Kanake ou kanabo
9º Muzenza Kavete
10ºMuzenza Kakuinhi ou Undeko
Dofono
Dofonitinho
Fomo
Fomotinho
Gamo
Gamotinho
Vimo
Vimotinho
Timo
Timotinho
KITUMINU KASAMBA MIVU
KITUMINU KASAMBA MIVU
(Obrigação de 7 anos)
Completados sete anos de iniciação, o maganza , após fazer sua "obrigação" ritualística que os 7 anos requer, torna-se Kota ("irmão mais velho"), e tem direito a ter sua própria Inzo com a benção e autorização do seu Tatetu, bem como poderá receber um cargo dentro da Inzo. Uma fila hierárquica, a exemplo da que acontece nas "Águas de Lemba dia Nganga", primeiro o Tatetu ou Mametu, seguindo de acordo com o tempo de iniciação, sempre o mais velho na frente do mais moço, de acordo com o tempo de confirmação, atrás virão os abaos. O mais velho é tudo; no próprio "barco" (mais de um iniciado recolhido ao Mbakisi para iniciação) de muzenza encontramos a figura do mais velho, é aquele a quem se pede a benção em primeiro lugar, devendo, este, contudo, ser o primeiro a cuidar dos seus demais irmãos mais moços. É muito importante o mais velho se colocar no difícil papel; é o responsável - sem que muitas vezes saiba pelo futuro do seu mais novo, seus anseios, esperanças, fantasias...
(Obrigação de 7 anos)
Completados sete anos de iniciação, o maganza , após fazer sua "obrigação" ritualística que os 7 anos requer, torna-se Kota ("irmão mais velho"), e tem direito a ter sua própria Inzo com a benção e autorização do seu Tatetu, bem como poderá receber um cargo dentro da Inzo. Uma fila hierárquica, a exemplo da que acontece nas "Águas de Lemba dia Nganga", primeiro o Tatetu ou Mametu, seguindo de acordo com o tempo de iniciação, sempre o mais velho na frente do mais moço, de acordo com o tempo de confirmação, atrás virão os abaos. O mais velho é tudo; no próprio "barco" (mais de um iniciado recolhido ao Mbakisi para iniciação) de muzenza encontramos a figura do mais velho, é aquele a quem se pede a benção em primeiro lugar, devendo, este, contudo, ser o primeiro a cuidar dos seus demais irmãos mais moços. É muito importante o mais velho se colocar no difícil papel; é o responsável - sem que muitas vezes saiba pelo futuro do seu mais novo, seus anseios, esperanças, fantasias...
DIANDU
DIANDU
(Iniciação)
No culto do Candomblé de Angola o Nkisi geralmente demonstra o desejo de iniciação (feitura) através do ritual de bolação (transe bruto). A posição da pessoa bolada, permite que as energias sejam descarregadas no chão, ao mesmo tempo que receberá as energias telúricas.
O iniciado, também chamado de muzenza (aquele que levou kutunda ), ficará recluso alguns dias (que variam de 16 a 21, conforme sua raiz), num lugar chamado mbakisi (roncó), confiado aos cuidados da sua Mametu kusasa (mãe-criadeira) que o auxiliará e ensinará alguns dogmas e comportamentos durante todo período da iniciação, o qual juntamente com o iniciado, manterá resguardo neste período. Em um primeiro momento é feita a raspagem do cabelo, símbolo de submissão e humildade e preparo do alto da cabeça, a moleira astral, chacra principal do corpo humano para as obrigações principais. Neste período o iniciado tem como objetivo principal receber nguzu (axé), a qual será responsável, pelo seu aumento e manutenção, através da rígida observância, da sua conduta ritual.
(Iniciação)
No culto do Candomblé de Angola o Nkisi geralmente demonstra o desejo de iniciação (feitura) através do ritual de bolação (transe bruto). A posição da pessoa bolada, permite que as energias sejam descarregadas no chão, ao mesmo tempo que receberá as energias telúricas.
O iniciado, também chamado de muzenza (aquele que levou kutunda ), ficará recluso alguns dias (que variam de 16 a 21, conforme sua raiz), num lugar chamado mbakisi (roncó), confiado aos cuidados da sua Mametu kusasa (mãe-criadeira) que o auxiliará e ensinará alguns dogmas e comportamentos durante todo período da iniciação, o qual juntamente com o iniciado, manterá resguardo neste período. Em um primeiro momento é feita a raspagem do cabelo, símbolo de submissão e humildade e preparo do alto da cabeça, a moleira astral, chacra principal do corpo humano para as obrigações principais. Neste período o iniciado tem como objetivo principal receber nguzu (axé), a qual será responsável, pelo seu aumento e manutenção, através da rígida observância, da sua conduta ritual.
KIBANE MUTUE
KIBANE MUTUE
(bori)
O fato de dar comida a cabeça, visa levar para o interior da mesma a força mágica invisível geradora de energias vitais. A força que percorre a coluna vertebral levando as energias vitais aos corpos físico, astral e etérico, chama-se Tadalin.
O ritual denominado Kibane mutue tem por objetivo principal o fortalecimento da nossa mutue. Durante esse ato ritualístico não se faz necessária a presença físico-material do Nkisi regente aquele que está sendo submetido, pois esse ritual não é realizado com a finalidade de alimentar o Nkisi da pessoa, mas sim a Lemba dia Nganga e Mikaia, pai e mãe de todas as cabeças.
Nas cerimônias ritualísticas destinadas à alimentação da mutue são realizados cânticos, saudações e louvores, visando despertar o fluir de forças até então ocultas em nós, além de servir como súplica aquele que designa os caminhos do destino, isto é, o responsável pelo direcionamento da vida daquele que está sendo subjugado ao ato.
(bori)
O fato de dar comida a cabeça, visa levar para o interior da mesma a força mágica invisível geradora de energias vitais. A força que percorre a coluna vertebral levando as energias vitais aos corpos físico, astral e etérico, chama-se Tadalin.
O ritual denominado Kibane mutue tem por objetivo principal o fortalecimento da nossa mutue. Durante esse ato ritualístico não se faz necessária a presença físico-material do Nkisi regente aquele que está sendo submetido, pois esse ritual não é realizado com a finalidade de alimentar o Nkisi da pessoa, mas sim a Lemba dia Nganga e Mikaia, pai e mãe de todas as cabeças.
Nas cerimônias ritualísticas destinadas à alimentação da mutue são realizados cânticos, saudações e louvores, visando despertar o fluir de forças até então ocultas em nós, além de servir como súplica aquele que designa os caminhos do destino, isto é, o responsável pelo direcionamento da vida daquele que está sendo subjugado ao ato.
Jinsaba
Pambu Njila
Odun-dun - Folha-da-costa
Teté - Bredo sem espinhos
Orim-rim - Alfavaquinha
Pepé - Malmequer bravo
Labre - Tiririca
Kanan-kanan - Folha de bobó
Kan-kan - Cansanção de porco
Inã - Cansanção branco de leite
Aberê - Picão-da-praia, carrapicho-de-agulha
Hoxi
Mariwô - Folha de palmeira de dendê
Ìróko - Folha-de-loko
Pepé - Malmequer bravo
Piperégún Nativo
Obô Rama de leite
Eregê - Erva-tostão, graminha
Ibin - Folha-de-bicho
Omun - Bredo
Orin-rin - Alfavaquinha
Odun-dun - Folha-da-costa
Teté - Bredo sem espinhos
Já Capeba
Anó-peipa Cipó-chumbo
Tauami
Teté Bredo - sem espinhos
Orin-rin - Alfavaquinha
Odun-dun - Folha-da-costa
Irekê-omin - Dandá do brejo
São gonçalinho
Ìróko - Folha de loko
Mariwô - Folha de dendezêiro
Irum-perlêmin - Capim cabeludo
Katende
Ganucô - Língua de galinha
Obô - Rama de leite
Tolu-tolu - Papinho-de-peru
Teterégún Canela-de-macaco
Timim - Cana-do-brejo
Mariwô -Folha de dendezeiro
Awô-pupa - Cipó-chumbo
Arê-agê - Tostão
Simim-simim - Vassourinha
Afoman - Erva-de-passarinho
Omim - Alfavaquinha
Teté - Bredo sem espinho
Odum-dum - Folha-da-Costa
hongolo
Ìróko Folha de Ìróko
Aberê-ejó - Pente de Òsúmarè
Obô - Rama de leite
Exibatá - Golfo redondo do monam
Jacomijé - Jarrinha
Tinim - Folha da neve branca, cana-de-brejo
Tolu-tolu - Papinho-de-peru
Nzazi
Teté Bredo - sem espinhos
Orin-rin - Alfavaquinha
Odum-dum - Folha da costa
Bamba - Folha de mibamba
Alapá - Folha de capitão
Pepê - Folha de loko
Oicô - Folha de caruru
Xerê-obá Chocalho de xangô
Oxé-obá Birreiro
Aferé Mutamba
Obô -Rama de Leite
Odidí -Bico-de-papagaio
Obaya Beti-cheiroso - macho ou
Matamba
Teté - Bredo sem espinho
Orim-rim - Alfavaquinha
Odum-dum - Folha-da-costa
Jacomijé - Jarrinha
Abauba - Folha de imbaúba
Eregê - Erva-tostão
Obayá - Beti-cheiroso
Piperégún Nativo
Ìróko - Folha de loko
Pepé - Malmequer
Teterégún - Canela-de-macaco
Adimum-ade-run - Folha de fogo
Obô - Rama de leite
Para-raio
Folha de amora
Ndanda Lunda
Teté - Bredo sem espinhos
Orim-rim -Alfavaquinha
Odum-dum Folha da costa
Efim - Malva branca
Omim - Beldroega
Ìróko Folha de loko
Pepe - Malmequer branco
Eim-dum-dum - Folha da fortuna
Omin-ojú - Golfo branco
Ilerin - Folha de vintém
Oriri
Oripepê
Mikaia
Teté - Bredo sem espinhos
Odum-dum - Folha da costa
Efim - Malva branca
Omin-ojú - Golfo branco
Jacomijé - Jarrinha
Ibin - Folha de bicho
Obaya Beti-cheiroso
Ìróko Folha de loko
Obô - Rama de leite
Kavungo
Bala Taioba
Jamim Cajá
Aferé Mutamba
Obó - Rama de leite
Jakomijé Jarrinha
Turin - Folha de neve branca
Tolu-tolu - Papinho de peru
Tinin - Cana do brejo
Barba de velho
Zumba
Teté Bredo - sem espinhos
Orim-rim - Alfavaquinha
Odum-dum - Folha da costa
Jacomijé - Jarrinha
Timim - cana-do-brejo
Peculé - Parioba
Bala Taioba
Jamim Cajá
Obô Rama de leite
Lemba
Teté - Bredo sem espinhos
Orim-rim - Alfavaquinha
Odum-dum - Folha-da-costa
Ibim - Folha de bicho
Efim - Malva branca
Ilerim - Folha de vintém
Omim - Beldroega
Omim-ojú - Golfo branco
Tinin - Folha de neve branca, cana-do-brejo
Pachorô - Folha da costa branca
Ori-dum-dum - Folha da fortuna
Obô - Rama de leite
Omim-ibá-ojú - Folha de leite
Sacramentos
1. Masangua - Ritual de batismo com água doce na cabeça do abaô
2. Kibane Mutue- Ritual de introjeção do Nguzu
3. Pangu ia Diandu - Rito de iniciação
4. Pangu ia kituminu kia Kamoxi Muvu - Rito de obrigação de 1 ano
5. Pangu ia kituminu kia Katatu Mivu - Rito de obrigação de 3 anos
6. Pangu ia kituminu kia Katunu Mivu - Rito de obrigação de 5 anos
7. Pangu ia kituminu kia Kasamba Mivu - Rito de obrigação de 7 anos
8. Pangu ia kituminu kia kanundeko Mivu - Rito de obrigação de 14 anos
9. Pangu ia kituminu kia Riapeko Mivu - Rito de obrigação de 21 anos
2. Kibane Mutue- Ritual de introjeção do Nguzu
3. Pangu ia Diandu - Rito de iniciação
4. Pangu ia kituminu kia Kamoxi Muvu - Rito de obrigação de 1 ano
5. Pangu ia kituminu kia Katatu Mivu - Rito de obrigação de 3 anos
6. Pangu ia kituminu kia Katunu Mivu - Rito de obrigação de 5 anos
7. Pangu ia kituminu kia Kasamba Mivu - Rito de obrigação de 7 anos
8. Pangu ia kituminu kia kanundeko Mivu - Rito de obrigação de 14 anos
9. Pangu ia kituminu kia Riapeko Mivu - Rito de obrigação de 21 anos
Kijingu (cargos)
Tat'etu ou Mam'etu Nkisi - Responsável total pelo barracão. Sua palavra é a última a ser dada. Manda e desmanda.
Tat'etu ou Mam'etu Ndenge - Segunda pessoa dentro do barracão. É o braço direito do(a) zelador(a). Na ausência deste é aquele que abre o toque no barracão.
Tata Kinsaba - responsável das ervas. Colher, macerar e preparar banhos, escolher ervas que vão nas decisas do filho, informar ao zelador que erva utilizar para determinada situação, etc..
Kixika ia ngoma ou Tata Muxiki - Responsável pelos tocadores e pelas cantigas. Os demais tocadores são subordinados a ele. Os ngomas tb são de sua responsabilidade. Mantê-los limpos, esticados e bem tratados.
Tata Poko ou Kivonda - Responsável pelos cortes e também pela escolha dos animais.
Kota Nvanji ou Mam'etu Kusasa - Prepara o iniciado do começo a fim da feitura e demais obrigações. Ensina a rezar, cantar, dançar, se posicionar dentro do barracão.
Kalungombe ou Tata Numbi - cuida exclusivamente dos Yombes (Mvumbi). Corta, limpa, trata,... Não pode colocar as mãos em obrigações de Jinkisi.
Kambondu Mabaia - Responsável pelo barracão. Como se fosse um relações públicas. Observa o andamento do toque, recebe as visitas, ou seja, faz as honras da casa.
Kota Rifula, Nlambi Nkisi ou Mametu Mukamba - Cozinheira do makudia dos Jinkisi. Prepara as comidas, sakulupemba, temperos. Tudo o que se refere à cozinha de Inkisi é responsabilidade desta pessoa.
Makota - responsável pelas vestimentas do(a) zelador(a), dos Jinkisi, dançar com eles, cuidar de tudo que se relacione ao toque, tanto com o zelador quanto ao Nkisi.
Tata Utala ou Tata Gongá - pai do altar.
Tata Mujungum - Responsável pelo zelo da casa de Pambu Njila.
Kota - iniciados com mais de 7 anos.
Kutala - herdeiro da casa.
Hongolo Matona - Responsável pelas pinturas corporais.
Maganza - Título alcançado após a tirada do Migui .
Muzenza - Termo que designa a pessoa na última fase de iniciação .
Abaô - já passou por algumas obrigações, mas ainda não foi feito.
Candomblé de Angola
O tráfico de escravizados africanos ao Brasil fez com que homens, mulheres e crianças, pertencentes a reinos, nações, clãs, linhagens, aliados e inimigos, caçadores, sacerdotes, guerreiros, príncipes e princesas, mães e pais de famílias se encontrassem e redimensionassem as suas tradições culturais, sociais, familiares e religiosas. Essa era a única maneira de confrontar a opressão religiosa católica que se fez acompanhar não apenas dos grilhões de ferro que aprisionavam os corpos dos negros, mas também do "aspergir" da água benta, do nome novo marcado a ferro em brasa nas regiões corporais, onde a carne não fosse comprometida e perdesse seu valor de compra e venda de mercadoria e ainda na permissividade e omissão diante dos desmandos e das ações dos senhores (algozes) cristãos no novo mundo.
Religião, catequese e escravidão andavam juntas desde os embarques nos navios negreiros, quando eram batizados, até nos troncos, quando os africanos e seus descendentes, que nem eram vistos como humanos, aos olhos da teologia da época, eram levados sem que houvesse, por parte da igreja nenhuma manifestação contra aquela situação desumana.
Todos os valores que os africanos traziam, fossem religiosos ou culturais eram banidos ou rotulados como coisas do demônio, magia pagã ou feitiçaria.
Mas, por muitos meios e artifícios os africanos e seus descendentes se apropriaram dos valores dos seus escravizadores ou usaram sua estrutura para se organizarem em irmandades, onde o branco cristão europeu não participava, como é o exemplo da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos e da Boa Morte. Estas irmandades funcionavam até como agremiação para angariar fundos para pagar a alforria de seus “irmãos”, além de servir de um intercâmbio de africanos, e das suas tradições culturais, lingüística e religiosas, sendo um dos primeiros berços para a resistência e para a manutenção das crenças dos seus antepassados africanos na terra que tinha lhe recebido com o chicote na mão.
A religião nativa dos africanos foi interpretada à luz da teologia católica que se considerava superior, deferindo títulos de pagãs, idólatras, satânicas,animistas e politeístas, gerando, senão no africano que aqui chegava, que tinha o conhecimento de seus antepassados, mas a partir de seus descendente uma inferiorização da fé e crença trazidas na alma de seus pais.
Na maioria dos casos, na África, o culto tinha um caráter familiar e era exclusivo de uma linhagem, clã ou grupo de sacerdotes. As divindades iorubás eram cultuadas em suas cidades: Xangô, em Oió; Oxossi, em Ketu; Oxum, em Ipondá, e assim por diante. Bem como divindades de origen Bantu como Nzazi, Mutakalambô, Ndandalunda eram cultuadas por grupos próprios, embora os bantu tivessem uma idéia de transcendência de seus cultos e buscasse esta ou aquela divindade como intermediária entre ele e Nzambi Mpungu (Deus Todo Poderoso), de acordo com a situação real e a área de atuação de cada energia.
Com a vinda ao Brasil e a separação ardilosa das famílias, das nações, das etnias, essa estrutura religiosa não pode se repetir e se fragmentou. Mas os negros criaram uma unidade nesta diversidade e pluralidade e puderam partilhar e comungar os cultos e os conhecimentos diferentes em relação aos segredos rituais de sua religião e cultura. E desta nova maneira de ser e viver, aberta a todos, surgiu a forma acabada do que se chama hoje candomblé.
O vernáculo Candomblé, não mantém sob sua sombra uma unicidade e sim uma diversidade religiosa e cultural, que talvez até hoje não tenhamos a verdadeira dimensão de sua abrangência, em termos de origem étnica, clã, reinos, povos e organizações sociais e religiosas africanas que foram trazidas para o Brasil.
Reúne, sob o mesmo título a idéia genérica para os diversos troncos religiosos na experiência dos muitos povos trazidos do continente africano para as terras brasileiras. Na sua etimologia advém do étimo bantu ndombele para a variação kandombele, e, portanto, vem a denotar um equivalente próximo ao verbo “adorar” “falar” (existem outras interpretações para o termo, mas preferimos esta).
Os aqui chegados, vindo da longínqua terra dos seus antepassados e submetidos ao regime de escravatura de produção comercial de bens e riquezas, não tiveram tempo de trazer seus objetos rituais e sagrados, visto terem sido forçados a abandonar seu espaço de origem, além de muitos povos terem perdido o vínculo com os seus sacerdotes. Porém, não houve como impedir que transportassem suas crenças, cultos, ritos, mitos e cosmogonias em suas almas, fazendo retumbar em seus corações o som dos ngomas/atabaques ancestrais de seus povos.
Então, como antes tinha se organizado sob o manto das irmandades cristãs, agora, no momento próprio se irmanam sob o manto da nova identidade, que viria a ser conhecida como Candomblé.
Os africanos de maioria bantu (durante os dois primeiros séculos do tráfico dos negros), largamente assentados na região nordeste do Brasil (Alagoas, Pernambuco, Maranhão), no Rio de Janeiro e em Minas Gerais, utilizados na lavoura e pastoreio, pois já na África eram grandes criadores e cultivadores do solo, além de serem mestres na fundição de metais, influenciaram em todas as áreas a cultura do país nascente, que nascia sob o fertilizado solo regado pelo suor da pele negra, e sob a riqueza gerada pelos músculos africanos. Alguns historiadores defendem que os africanos que desembarcaram na Bahia eram da África sudanesa (Yorubás, dahomeanos, malês...), e que em muitas lutas de resistência se refugiavam em quilombos baianos. O que se tem certeza é que os primeiros a chegarem por aqui, quando a escravidão era mais desumana, foram os bantu.
Na religião não foi diferente. Influenciaram e foram influenciados. Ou conscientes, ou por aproximação de cultos e tradições, ou por necessidade de recriar seu universo mítico, se amalgamaram às novas experiências e resistiram aos valores religiosos dos escravizadores.
A própria concepção de Nzambi ou Nzambi-Mpungo para os bantu, a quem se chama, no Ocidente, Deus – Nzambi: o que fala; Nzambi-Mpungo (ou ainda Zambiapungo):
aquele que, por excelência, fala (Mpungu é uma ave que voa muito alto, fornecendo, deste modo, a derivação semântica de “maior”, “eminente”, “excelente”) Os bantos (bantu) são povos que habitam a África do Sul Equatorial. Falam dialetos diferentes (a língua é igual) e pertencem a etnias diferentes. Cerca de 274 dialetos e línguas são falados. A influência dos bantos invadiu a cultura brasileira, trazendo sua mitologia, culinária, religião além de elementos folclóricos como a congada, recordando a rainha Ginga de Angola; o maracatu de Cambinda Velha; a capoeira e o primitivo samba (semba).
Claro que muitas coisa tidas hoje como folclóricas, são na verdade uma tentativa de reformular nas novas terras uma dinastia desfeita pela escravização como é o caso da formação da corte do Congo (congadas).
Hoje o candomblé abriga em suas lides várias tradições religiosas conhecidas como Nações.
A nação Ketu, que tomou o nome de um dos povos yorubanos, onde a familia Arô reinava, quando da escravização e do tráfico para o Brasil, e que cultua Orixás de várias origens daquele povo, além de diversas divindade de povos que eram seus vizinhos na África e se influenciaram mutuamente tanto na sua terra natal, quando na diáspora. De forte expressão na Bahia e em Pernambuco, através do Xangô do Recife, uma variação religiosa correspondente ao candomblé.
A Naçaõ Jêje, que tomou o nome de um “apelido” que lhe era dado pelos yorubanos. São de origem Ewe Fon, de povos do antigo Daomé, que cultua Voduns, além de divindades comuns com a nação ketu. Teve sua grande expressão na Bahia, através de casas antigas e no Maranhão através do Tambor de Mina, uma organização religiosa corresponde ao candomblé.
A nação chamada Candomblé de Caboclo, que se originou do intercâmbio de ritos fundamentalmente de origem bantu com os ritos e mitos dos nativos brasileiros.
Nação hoje quase extinta, devido ao forte movimento de re-africanização que as religiões afro-brasileiras sofreram a partir da década de 80.
---
Entre os grupos que se identificam nas “Nações” acima, temos as variantes que trafegam entre uma e outra, como, por exemplo, os que se identificam como “Nagô-Vodum”.
E a nação Angola/Angola-Congo ou Muxicongo, que tem como base lingüística o kimbundo e cultua Nkisi/Mukixi. Esta com seus ritos fundamentados nas tradições e cosmogonias mantidas a duras penas pelos antepassados bantu, vindos de muitos povos distintos como ngola, cambinda, lunda, makuá, kassange, essange, munjolo, rebolo, angico, e povos menores originários da contra-costa, além, é claro, da influencia de outros povos africanos, como os yorubás e ewe fom, formando assim tradições diferente, dentro do prórpio grupo conhecido como Candomblé de Angola, como Tumba Nsi, Tumba Junsara. Bate-Folha, Angolão, Angola Paketá, Kassange, Angola da Mariquinha e Goméia (que apesar de forte influencia yorubana, se identificava como angoleiro e seu fundador, o Sr. Joazinho da Goméia, foi considerado por muitos como o Rei do Candomblé no Rio de Janeiro).
Ainda temos o Omolocô, uma tradição afro-brasileira antiga e respeitada, que em muitas casas está mais próximo das tradições yorubanas/daomeanas e em outras das tradições de origem bantu
Devemos entender estas “nações” em momentos históricos próprios e que todas se influenciaram entre si. Em alguns lugares, como no Maranhão, temos casas que foram fundadas por africanas canbindas e daomeanas, embora, por algum motivo prevaleceram as tradições daomeanas e em outros casos as tradições yorubanas, embora, em qualquer “Nação”, sempre exista elementos, deste ou daquele povo, que em muitos casos são mantidos por tradição e respeito aos antepassados, embora se conheça as diferentes origens. E, em alguns casos, os seus praticantes não têm o mínimo de consciência das origens diversificadas, identificando somente como tradições africana, fazendo assim uma leitura “unificada e unificadora” de um continente tão diverso, como o Africano.
Pelos registros temos como o primeiro sacerdote iniciado no Brasil, de origem bantu, que mais tarde seria conhecida como Nação Angola-Congo, o Sr. Roberto Barros Reis, que foi o Iniciador da Sra. Maria Genoveva do Bonfim, conhecida como Maria Neném. A Sra. Maria Neném tinha o nome iniciático de Twenda Nzambi e Fundou uma casa de candomblé que chefiou até 1945.
De suas mãos saíram Manoel Ciriaco de Jesus, Tata Nludiamugongo, que teve casa de candomblé no Engenho Velho e depois assumiu a terreno da Ladeira da Vila América (ou Alto do Corrupio), que era do Sr. Manoel Kambambi, filho do Nkisi Nkosi. Foi Tata Ciriaco que formou a grande família hoje conhecida como Tumba Junsara, deixando a casa nas mãos de sua filha de santo e sobrinha de Tata Manoel Kambambi, Mam'etu Deré Lubdi, grande sacerdotisa. Hoje a casa é chefiada pela Nengua ria Nkisi/Mukixi Sra. Iraildes Maria de Jesus, filha do Nkisi Kindembo (Tempo), onde se celabra uma grande festa todos os anos no final de semana mais próximo ao dia 10 de agosto. Da raiz Tumba Junsara se espalharam várias casas em todo Brasil e no exterior.
Também das mãos de sacerdotisa Twenda Nzambi (Maria Neném) saiu o Sr. Manoel Bernardino, fundador da casa de Angola-Congo Bate Folha, na Mata escura, que também gerou um enormidade de filhos e casas que seguem esta tradição em todo o país e em vários país estrangeiros.
Além, é claro, de várias outras casas e famílias, que de acordo com os estudos e com os mais velhos são todos descendentes da sacerdotisa Maria Neném, pois foi ela que fundou a primeira casa de Candomblé de Angola – Muxicongo.
Embora, cada família se identifique como Angola-Congo, Angola Muxicongo, etc., existem tradições diferenciadas. Algumas cultuam um nkisi/mukixi que não é cultuado por outras. Algumas tem festas que não são realizadas por outras, mas a essência é a mesma: Nzambi Mpungu ou Suka Kalunga (um dos seus muitos nomes), que mora na Sanzala Kasembe Diá Nazambi (Aldeia encantada de Deus)/Duilo (céu), é o Deus Supremo e criador de todas as coisas. Quando do seu movimento de expansão e de criação, gerou o universo e consequentemente o planeta terra, que foi gerado pela energia e criação dos Nkisis/Mukixis que se manifestam nas diferentes partes da natureza e também regem a natureza humana. Através do culto aos Nkisi/Mukisi, já que Nzambi, está acima de qualquer forma existencial e de qualquer representação e culto, pois é completo em si mesmo, o ser humano consegue o equilíbrio e ascende espiritualmente como iniciado, até que chegue o momento de ir morar nas Aldeias dos Antepassados, onde se mantém vivo. Onde os campos são verdes e os rebanhos fartos. Onde são felizes e mantém o intercâmbio com os mundo dos humanos, que é sua continuidade. Os antepassados, também, são respeitados e invocados como intercessores e intermediários entre os seres humanos e Nzambi. A eles são devidos todo o respeito e todo ação de culto dentro de uma nzo (casa), que deve sempre iniciar com a invocação e homenagens aos antepassados.
Religião, catequese e escravidão andavam juntas desde os embarques nos navios negreiros, quando eram batizados, até nos troncos, quando os africanos e seus descendentes, que nem eram vistos como humanos, aos olhos da teologia da época, eram levados sem que houvesse, por parte da igreja nenhuma manifestação contra aquela situação desumana.
Todos os valores que os africanos traziam, fossem religiosos ou culturais eram banidos ou rotulados como coisas do demônio, magia pagã ou feitiçaria.
Mas, por muitos meios e artifícios os africanos e seus descendentes se apropriaram dos valores dos seus escravizadores ou usaram sua estrutura para se organizarem em irmandades, onde o branco cristão europeu não participava, como é o exemplo da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos e da Boa Morte. Estas irmandades funcionavam até como agremiação para angariar fundos para pagar a alforria de seus “irmãos”, além de servir de um intercâmbio de africanos, e das suas tradições culturais, lingüística e religiosas, sendo um dos primeiros berços para a resistência e para a manutenção das crenças dos seus antepassados africanos na terra que tinha lhe recebido com o chicote na mão.
A religião nativa dos africanos foi interpretada à luz da teologia católica que se considerava superior, deferindo títulos de pagãs, idólatras, satânicas,animistas e politeístas, gerando, senão no africano que aqui chegava, que tinha o conhecimento de seus antepassados, mas a partir de seus descendente uma inferiorização da fé e crença trazidas na alma de seus pais.
Na maioria dos casos, na África, o culto tinha um caráter familiar e era exclusivo de uma linhagem, clã ou grupo de sacerdotes. As divindades iorubás eram cultuadas em suas cidades: Xangô, em Oió; Oxossi, em Ketu; Oxum, em Ipondá, e assim por diante. Bem como divindades de origen Bantu como Nzazi, Mutakalambô, Ndandalunda eram cultuadas por grupos próprios, embora os bantu tivessem uma idéia de transcendência de seus cultos e buscasse esta ou aquela divindade como intermediária entre ele e Nzambi Mpungu (Deus Todo Poderoso), de acordo com a situação real e a área de atuação de cada energia.
Com a vinda ao Brasil e a separação ardilosa das famílias, das nações, das etnias, essa estrutura religiosa não pode se repetir e se fragmentou. Mas os negros criaram uma unidade nesta diversidade e pluralidade e puderam partilhar e comungar os cultos e os conhecimentos diferentes em relação aos segredos rituais de sua religião e cultura. E desta nova maneira de ser e viver, aberta a todos, surgiu a forma acabada do que se chama hoje candomblé.
O vernáculo Candomblé, não mantém sob sua sombra uma unicidade e sim uma diversidade religiosa e cultural, que talvez até hoje não tenhamos a verdadeira dimensão de sua abrangência, em termos de origem étnica, clã, reinos, povos e organizações sociais e religiosas africanas que foram trazidas para o Brasil.
Reúne, sob o mesmo título a idéia genérica para os diversos troncos religiosos na experiência dos muitos povos trazidos do continente africano para as terras brasileiras. Na sua etimologia advém do étimo bantu ndombele para a variação kandombele, e, portanto, vem a denotar um equivalente próximo ao verbo “adorar” “falar” (existem outras interpretações para o termo, mas preferimos esta).
Os aqui chegados, vindo da longínqua terra dos seus antepassados e submetidos ao regime de escravatura de produção comercial de bens e riquezas, não tiveram tempo de trazer seus objetos rituais e sagrados, visto terem sido forçados a abandonar seu espaço de origem, além de muitos povos terem perdido o vínculo com os seus sacerdotes. Porém, não houve como impedir que transportassem suas crenças, cultos, ritos, mitos e cosmogonias em suas almas, fazendo retumbar em seus corações o som dos ngomas/atabaques ancestrais de seus povos.
Então, como antes tinha se organizado sob o manto das irmandades cristãs, agora, no momento próprio se irmanam sob o manto da nova identidade, que viria a ser conhecida como Candomblé.
Os africanos de maioria bantu (durante os dois primeiros séculos do tráfico dos negros), largamente assentados na região nordeste do Brasil (Alagoas, Pernambuco, Maranhão), no Rio de Janeiro e em Minas Gerais, utilizados na lavoura e pastoreio, pois já na África eram grandes criadores e cultivadores do solo, além de serem mestres na fundição de metais, influenciaram em todas as áreas a cultura do país nascente, que nascia sob o fertilizado solo regado pelo suor da pele negra, e sob a riqueza gerada pelos músculos africanos. Alguns historiadores defendem que os africanos que desembarcaram na Bahia eram da África sudanesa (Yorubás, dahomeanos, malês...), e que em muitas lutas de resistência se refugiavam em quilombos baianos. O que se tem certeza é que os primeiros a chegarem por aqui, quando a escravidão era mais desumana, foram os bantu.
Na religião não foi diferente. Influenciaram e foram influenciados. Ou conscientes, ou por aproximação de cultos e tradições, ou por necessidade de recriar seu universo mítico, se amalgamaram às novas experiências e resistiram aos valores religiosos dos escravizadores.
A própria concepção de Nzambi ou Nzambi-Mpungo para os bantu, a quem se chama, no Ocidente, Deus – Nzambi: o que fala; Nzambi-Mpungo (ou ainda Zambiapungo):
aquele que, por excelência, fala (Mpungu é uma ave que voa muito alto, fornecendo, deste modo, a derivação semântica de “maior”, “eminente”, “excelente”) Os bantos (bantu) são povos que habitam a África do Sul Equatorial. Falam dialetos diferentes (a língua é igual) e pertencem a etnias diferentes. Cerca de 274 dialetos e línguas são falados. A influência dos bantos invadiu a cultura brasileira, trazendo sua mitologia, culinária, religião além de elementos folclóricos como a congada, recordando a rainha Ginga de Angola; o maracatu de Cambinda Velha; a capoeira e o primitivo samba (semba).
Claro que muitas coisa tidas hoje como folclóricas, são na verdade uma tentativa de reformular nas novas terras uma dinastia desfeita pela escravização como é o caso da formação da corte do Congo (congadas).
Hoje o candomblé abriga em suas lides várias tradições religiosas conhecidas como Nações.
A nação Ketu, que tomou o nome de um dos povos yorubanos, onde a familia Arô reinava, quando da escravização e do tráfico para o Brasil, e que cultua Orixás de várias origens daquele povo, além de diversas divindade de povos que eram seus vizinhos na África e se influenciaram mutuamente tanto na sua terra natal, quando na diáspora. De forte expressão na Bahia e em Pernambuco, através do Xangô do Recife, uma variação religiosa correspondente ao candomblé.
A Naçaõ Jêje, que tomou o nome de um “apelido” que lhe era dado pelos yorubanos. São de origem Ewe Fon, de povos do antigo Daomé, que cultua Voduns, além de divindades comuns com a nação ketu. Teve sua grande expressão na Bahia, através de casas antigas e no Maranhão através do Tambor de Mina, uma organização religiosa corresponde ao candomblé.
A nação chamada Candomblé de Caboclo, que se originou do intercâmbio de ritos fundamentalmente de origem bantu com os ritos e mitos dos nativos brasileiros.
Nação hoje quase extinta, devido ao forte movimento de re-africanização que as religiões afro-brasileiras sofreram a partir da década de 80.
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Entre os grupos que se identificam nas “Nações” acima, temos as variantes que trafegam entre uma e outra, como, por exemplo, os que se identificam como “Nagô-Vodum”.
E a nação Angola/Angola-Congo ou Muxicongo, que tem como base lingüística o kimbundo e cultua Nkisi/Mukixi. Esta com seus ritos fundamentados nas tradições e cosmogonias mantidas a duras penas pelos antepassados bantu, vindos de muitos povos distintos como ngola, cambinda, lunda, makuá, kassange, essange, munjolo, rebolo, angico, e povos menores originários da contra-costa, além, é claro, da influencia de outros povos africanos, como os yorubás e ewe fom, formando assim tradições diferente, dentro do prórpio grupo conhecido como Candomblé de Angola, como Tumba Nsi, Tumba Junsara. Bate-Folha, Angolão, Angola Paketá, Kassange, Angola da Mariquinha e Goméia (que apesar de forte influencia yorubana, se identificava como angoleiro e seu fundador, o Sr. Joazinho da Goméia, foi considerado por muitos como o Rei do Candomblé no Rio de Janeiro).
Ainda temos o Omolocô, uma tradição afro-brasileira antiga e respeitada, que em muitas casas está mais próximo das tradições yorubanas/daomeanas e em outras das tradições de origem bantu
Devemos entender estas “nações” em momentos históricos próprios e que todas se influenciaram entre si. Em alguns lugares, como no Maranhão, temos casas que foram fundadas por africanas canbindas e daomeanas, embora, por algum motivo prevaleceram as tradições daomeanas e em outros casos as tradições yorubanas, embora, em qualquer “Nação”, sempre exista elementos, deste ou daquele povo, que em muitos casos são mantidos por tradição e respeito aos antepassados, embora se conheça as diferentes origens. E, em alguns casos, os seus praticantes não têm o mínimo de consciência das origens diversificadas, identificando somente como tradições africana, fazendo assim uma leitura “unificada e unificadora” de um continente tão diverso, como o Africano.
Pelos registros temos como o primeiro sacerdote iniciado no Brasil, de origem bantu, que mais tarde seria conhecida como Nação Angola-Congo, o Sr. Roberto Barros Reis, que foi o Iniciador da Sra. Maria Genoveva do Bonfim, conhecida como Maria Neném. A Sra. Maria Neném tinha o nome iniciático de Twenda Nzambi e Fundou uma casa de candomblé que chefiou até 1945.
De suas mãos saíram Manoel Ciriaco de Jesus, Tata Nludiamugongo, que teve casa de candomblé no Engenho Velho e depois assumiu a terreno da Ladeira da Vila América (ou Alto do Corrupio), que era do Sr. Manoel Kambambi, filho do Nkisi Nkosi. Foi Tata Ciriaco que formou a grande família hoje conhecida como Tumba Junsara, deixando a casa nas mãos de sua filha de santo e sobrinha de Tata Manoel Kambambi, Mam'etu Deré Lubdi, grande sacerdotisa. Hoje a casa é chefiada pela Nengua ria Nkisi/Mukixi Sra. Iraildes Maria de Jesus, filha do Nkisi Kindembo (Tempo), onde se celabra uma grande festa todos os anos no final de semana mais próximo ao dia 10 de agosto. Da raiz Tumba Junsara se espalharam várias casas em todo Brasil e no exterior.
Também das mãos de sacerdotisa Twenda Nzambi (Maria Neném) saiu o Sr. Manoel Bernardino, fundador da casa de Angola-Congo Bate Folha, na Mata escura, que também gerou um enormidade de filhos e casas que seguem esta tradição em todo o país e em vários país estrangeiros.
Além, é claro, de várias outras casas e famílias, que de acordo com os estudos e com os mais velhos são todos descendentes da sacerdotisa Maria Neném, pois foi ela que fundou a primeira casa de Candomblé de Angola – Muxicongo.
Embora, cada família se identifique como Angola-Congo, Angola Muxicongo, etc., existem tradições diferenciadas. Algumas cultuam um nkisi/mukixi que não é cultuado por outras. Algumas tem festas que não são realizadas por outras, mas a essência é a mesma: Nzambi Mpungu ou Suka Kalunga (um dos seus muitos nomes), que mora na Sanzala Kasembe Diá Nazambi (Aldeia encantada de Deus)/Duilo (céu), é o Deus Supremo e criador de todas as coisas. Quando do seu movimento de expansão e de criação, gerou o universo e consequentemente o planeta terra, que foi gerado pela energia e criação dos Nkisis/Mukixis que se manifestam nas diferentes partes da natureza e também regem a natureza humana. Através do culto aos Nkisi/Mukisi, já que Nzambi, está acima de qualquer forma existencial e de qualquer representação e culto, pois é completo em si mesmo, o ser humano consegue o equilíbrio e ascende espiritualmente como iniciado, até que chegue o momento de ir morar nas Aldeias dos Antepassados, onde se mantém vivo. Onde os campos são verdes e os rebanhos fartos. Onde são felizes e mantém o intercâmbio com os mundo dos humanos, que é sua continuidade. Os antepassados, também, são respeitados e invocados como intercessores e intermediários entre os seres humanos e Nzambi. A eles são devidos todo o respeito e todo ação de culto dentro de uma nzo (casa), que deve sempre iniciar com a invocação e homenagens aos antepassados.
Nações do Candomblé
Nações do Candomblé
O Candomblé é dividido em várias Nações, e cada Nação possui um dialeto, predominando a língua Yorubá, para melhor entendimento vamos exemplificar: é como o Brasil dividido em estados, cada estado tem o seu dialeto, sua forma de linguagem, predominando Língua Portuguesa.
Vamos falar um pouquinho das mais conhecidas:
- Nação de Angola, Keto (Queto), Jeje, entre outras que conforme nossas pesquisas apresentaremos.
O Candomblé é dividido em várias Nações, e cada Nação possui um dialeto, predominando a língua Yorubá, para melhor entendimento vamos exemplificar: é como o Brasil dividido em estados, cada estado tem o seu dialeto, sua forma de linguagem, predominando Língua Portuguesa.
Vamos falar um pouquinho das mais conhecidas:
- Nação de Angola, Keto (Queto), Jeje, entre outras que conforme nossas pesquisas apresentaremos.
Hierarquia
Hierarquia
Hierarquia
Cargos da Casa (Kijingu)
Funções e Cargos no Candomblé de Angola e Kongo
Acrescento aqui informações que tenho em mãos, vindas de livros e apostilas que ganhei de minha finada Nengüa Namboazaze, juntamente com informações orais de dentro do próprio barracão que fui criada, de pesquisas que apurei, discussões em congressos e da própria internet, as quais não me responsabilizo por comportar várias contradições dialéticas.
Tentarei colocar da melhor forma possível no intuito de melhor entendimento, principalmente para os leigos e simpatizantes de nossa Raiz.
Seguimos então com os termos utilizados dos Cargos Máximos e reconhecidos, dos “mais velhos para os mais novos”:
Nengüa – Sacerdotisa (Kongo) /Mãe de Santo velha
Nganga – Sacerdote (Kongo) /Pai de Santo velho
Kimbanda – Feiticeiro
Mama – Mãe (Kimbundu)
Tata – Pai (Kimbundu)
Mam’etu Ria Mukixi – Sacerdotisa no Angola/Bantu
Mama Mukixi/ Mam’etu Nkisi (Inquice) ou Inquiciane – Minha ou nossa Mãe de Santo
Tat’etu Ria Mukixi – Sacerdote no Angola/Bantu
Tata Mukixi/ Tat’etu Nkisi (Inquice) ou Inquiciane – Meu ou nosso Pai de Santo
Cargos principais utilizados e concedidos pelos cargos acima:
Tata Nganga – Pai feiticeiro
Kutala – Herdeiro da casa
Tata ou Tat’etu Ndenge – Pai pequeno
Mama ou Mam’etu Ndenge – Mãe pequena
Tata Kambondo/Kambono/Kambundu – Título consagrado aos “homens” que não incorporam, não entra em transe e são responsáveis por várias funções de alta confiabilidade divididos em cargos com
Tata Nganga Lumbitu/Lumbido – Guardião das chaves do Inzó Nzó (Casa de Santo)
Tata Utala – Responsável pelo altar
Tata Pokó – Consagrado para sacrifícios ou imolações ao Nkisi Nkosi
Tata Kivonda/Kivanda – Consagrado para sacrifícios ou imolações a outras divindades
Tata Msaba (Umsaba)/ Kisaba – Consagrado a todas as funções ligadas as folhas
Tata Kanzumbi/Nzó Vumbi – Responsável pelo Mukondo (Ritual fúnebre), guardião dos antepassados cultuados no Inzó/Nzó (Casa de Santo/Barracão), carregos e despachos de ebós
Tata Ngimbi/Njimbidi – Cantador
Tata Kuxika ia Ngombe – Tocador (Kongo)
Tata Muxiki – Tocador (Angola)
Tata Mulonji – Especialmente os filhos do Nkisi Katendê é o responsável pelo encantamento das folhas e cabaças
Kambondo Mabaia – Responsável pelo barracão
Tata Mavambu – Filho de Santo, homem, que cuida da casa de Exu. É importante frisar que deve ser pessoa de extrema confiança, e a mulher só deverá cuidar deste espaço sagrado, após menstruar e já esteja na menopausa.
Mama ou Mam’etu Mukamba – Mulher com mais idade, responsável em cozinhar no barracão, e que de preferência não menstrue mais.
Mam’etu Ndemburu – Mãe criadeira da casa
Mama ou Mam’etu Kusasa – Mãe criadeira
Kota – Mulher que não entra em transe de incorporação. Em outras nações conhecida também como Ekedi (Ekeji).
Kota Mbakisi – Responsável pelas divindades
Hongolo Matona – Especialista nas pinturas corporais
Kota Ambelai – Cuida e atende os iniciados
Kota Kididii – Toma conta de tudo e mantém a paz
Kota Rifula – Responsável em preparar as comidas sagradas
Kota Mutintá – Responsável pelo preparo das tintas sagradas
Mosoioio – Os (As) mais antigos (as).
Kota Maganza – Título das pessoas acima de 21 anos de obrigações.
Munzenza ou Muzenza – Iniciados
Mona Nkisi – Filho (a) de Santo
Mona Muhato wá Nkisi – Filha de Santo (Mulher)
Mona Diala wá Nkisi – Filho de Santo (Homem)
Uandumba – Pessoa em sua fase iniciatória
Ndumbe – Pessoa não iniciada
Ordem do Barco
(Dizungu Nlungu)
01º Munzenza: Kamoxi Rianga ( Kadianga)
02º Munzenza: Kaiai Kairi
03º Munzenza: Katatu Kairi
04º Munzenza: Kakuãna Kauanã
05º Munzenza: Katanu
06º Munzenza: Lusamanu
07º Munzenza: Kasambuadi
08º Munzenza: Kanaké
09º Munzenza: Kavua
10º Munzenza: Kakuinhi
Hierarquia
Cargos da Casa (Kijingu)
Funções e Cargos no Candomblé de Angola e Kongo
Acrescento aqui informações que tenho em mãos, vindas de livros e apostilas que ganhei de minha finada Nengüa Namboazaze, juntamente com informações orais de dentro do próprio barracão que fui criada, de pesquisas que apurei, discussões em congressos e da própria internet, as quais não me responsabilizo por comportar várias contradições dialéticas.
Tentarei colocar da melhor forma possível no intuito de melhor entendimento, principalmente para os leigos e simpatizantes de nossa Raiz.
Seguimos então com os termos utilizados dos Cargos Máximos e reconhecidos, dos “mais velhos para os mais novos”:
Nengüa – Sacerdotisa (Kongo) /Mãe de Santo velha
Nganga – Sacerdote (Kongo) /Pai de Santo velho
Kimbanda – Feiticeiro
Mama – Mãe (Kimbundu)
Tata – Pai (Kimbundu)
Mam’etu Ria Mukixi – Sacerdotisa no Angola/Bantu
Mama Mukixi/ Mam’etu Nkisi (Inquice) ou Inquiciane – Minha ou nossa Mãe de Santo
Tat’etu Ria Mukixi – Sacerdote no Angola/Bantu
Tata Mukixi/ Tat’etu Nkisi (Inquice) ou Inquiciane – Meu ou nosso Pai de Santo
Cargos principais utilizados e concedidos pelos cargos acima:
Tata Nganga – Pai feiticeiro
Kutala – Herdeiro da casa
Tata ou Tat’etu Ndenge – Pai pequeno
Mama ou Mam’etu Ndenge – Mãe pequena
Tata Kambondo/Kambono/Kambundu – Título consagrado aos “homens” que não incorporam, não entra em transe e são responsáveis por várias funções de alta confiabilidade divididos em cargos com
Tata Nganga Lumbitu/Lumbido – Guardião das chaves do Inzó Nzó (Casa de Santo)
Tata Utala – Responsável pelo altar
Tata Pokó – Consagrado para sacrifícios ou imolações ao Nkisi Nkosi
Tata Kivonda/Kivanda – Consagrado para sacrifícios ou imolações a outras divindades
Tata Msaba (Umsaba)/ Kisaba – Consagrado a todas as funções ligadas as folhas
Tata Kanzumbi/Nzó Vumbi – Responsável pelo Mukondo (Ritual fúnebre), guardião dos antepassados cultuados no Inzó/Nzó (Casa de Santo/Barracão), carregos e despachos de ebós
Tata Ngimbi/Njimbidi – Cantador
Tata Kuxika ia Ngombe – Tocador (Kongo)
Tata Muxiki – Tocador (Angola)
Tata Mulonji – Especialmente os filhos do Nkisi Katendê é o responsável pelo encantamento das folhas e cabaças
Kambondo Mabaia – Responsável pelo barracão
Tata Mavambu – Filho de Santo, homem, que cuida da casa de Exu. É importante frisar que deve ser pessoa de extrema confiança, e a mulher só deverá cuidar deste espaço sagrado, após menstruar e já esteja na menopausa.
Mama ou Mam’etu Mukamba – Mulher com mais idade, responsável em cozinhar no barracão, e que de preferência não menstrue mais.
Mam’etu Ndemburu – Mãe criadeira da casa
Mama ou Mam’etu Kusasa – Mãe criadeira
Kota – Mulher que não entra em transe de incorporação. Em outras nações conhecida também como Ekedi (Ekeji).
Kota Mbakisi – Responsável pelas divindades
Hongolo Matona – Especialista nas pinturas corporais
Kota Ambelai – Cuida e atende os iniciados
Kota Kididii – Toma conta de tudo e mantém a paz
Kota Rifula – Responsável em preparar as comidas sagradas
Kota Mutintá – Responsável pelo preparo das tintas sagradas
Mosoioio – Os (As) mais antigos (as).
Kota Maganza – Título das pessoas acima de 21 anos de obrigações.
Munzenza ou Muzenza – Iniciados
Mona Nkisi – Filho (a) de Santo
Mona Muhato wá Nkisi – Filha de Santo (Mulher)
Mona Diala wá Nkisi – Filho de Santo (Homem)
Uandumba – Pessoa em sua fase iniciatória
Ndumbe – Pessoa não iniciada
Ordem do Barco
(Dizungu Nlungu)
01º Munzenza: Kamoxi Rianga ( Kadianga)
02º Munzenza: Kaiai Kairi
03º Munzenza: Katatu Kairi
04º Munzenza: Kakuãna Kauanã
05º Munzenza: Katanu
06º Munzenza: Lusamanu
07º Munzenza: Kasambuadi
08º Munzenza: Kanaké
09º Munzenza: Kavua
10º Munzenza: Kakuinhi
Orixas
Os orixás são deuses africanos que correspondem a pontos de força da Natureza e os seus arquétipos estão relacionados às manifestações dessas forças. As características de cada Orixá aproxima-os dos seres humanos, pois eles manifestam-se através de emoções como nós. Sentem raiva, ciúmes, amam em excesso, são passionais. Cada orixá tem ainda o seu sistema simbólico particular, composto de cores, comidas, cantigas, rezas, ambientes, espaços físicos e até horários.
Como resultado do sincretismo que se deu durante o período da escravatura, cada orixá foi também associado a um santo católico, devido à imposição do catolicismo aos negros. Para manterem os seus deuses vivos, viram-se obrigados a disfarçá-los na roupagem dos santos católicos, aos quais cultuavam apenas aparentemente.
Estes deuses da Natureza são divididos em 4 elementos – água, terra, fogo e ar. Alguns estudiosos ainda vão mais longe e afirmam que são 400 o número de Orixás básicos divididos em 100 do Fogo, 100 da Terra, 100 do Ar e 100 da Água, enquanto que, na Astrologia, são 3 do Fogo, 3 da Terra, 3 do Ar e 3 da Água. Porém os tipos mais conhecidos entre nós formam um grupo de 16 deuses. Eles também estão associados à corrente energética de alguma força da natureza. Assim, Iansã é a dona dos ventos, Oxum é a mãe da água doce, Xangô domina raios e trovões, e outras analogias.
No Candomblé cultuam-se muitos outros orixás, desconhecidos por leigos, por serem menos populares do que Xangô, Iansã, Oxossi e outros, mas com um significado muito forte para os adeptos dos cultos afro-brasileiros. Alguns são necessariamente cultuados, devido à ligação com trabalhos específicos que regem, para a saúde, morte, prosperidade e diversos assuntos que afligem o dia-a-dia das pessoas. Estes deuses africanos são considerados intermediários entre os homens e Deus, e por possuírem emoções tão próximas dos seres humanos, conseguem reconhecer os nossos caprichos, os nossos amores, os nossos desejos. É muito frequente dizer-se que as personalidades dos seus filhos são consequência dos orixás que regem as suas cabeças, desenvolvendo características iguais às destes deuses africanos.
Apresento a seguir as descrições dos 16 Orixás mais cultuados. Recordo no entanto que existem diversas correntes no Candomblé e por essa razão as informações poderão ser diferentes de acordo com a tradição ou região.
As descrições de cada um dos Orixás são baseadas na obra:
Candomblé. A panela do segredo – Pai Cido de Osun Eyin – 2000
Jogo de Buzios
Búzios
O jogo de búzios, tem como finalidade a leitura das mensagens transmitidas pelos Jinkisi e Odus e esse processo só pode ser feito por alguém que esteja realmente habilitado (tem que ter "mão de búzios") e não por aqueles que pretendem ganhar algum dinheiro.
Normalmente os Búzios são importados da África, eles tem uma parte cerrada e outra que precisa ser aberta. Após a reza necessária, o Tat'etu joga os 16 búzios, analisa as combinações, para aí sim trasmitir ao consulente o recado que os Jinkisi estão passando.
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Ngombo
Ngombo, como é conhecida na África Bantu, significa tanto o cesto usado na adivinhação quanto o espírito do ancestral que preside os atos de adivinhação, que ajuda o adivinho a adivinhar. Vários símbolos são usados neste cesto. Símbolos animais são abundantes: o adivinho escolhe certas espécies animais e relaciona seus comportamentos com os problemas concretos trazidos pelos clientes.
Na sessão, este cesto é "sacudido" e os elementos que aparecem por cima são interpretados. O cesto é sacudido várias vezes de acordo com o diálogo entre o adivinho e o cliente.
Intolerancia Religiosa
"Tudo o que é bom e justo emana de um único Deus, que hoje pode ter muitos nomes e cultos. Mas, seus princípios foram antes cultuados por um único povo; primordial e resistente, criado à sua imagem e semelhança.
São esses factos que nos fazem ter tanta dificuldade em entender a intolerância, o preconceito e a violência praticados em nome de Deus (?), contra os religiosos do Candomblé e da Umbanda ou de qualquer outra religião. A religiosidade Africana é a prática de uma doutrina baseada em valores de Paz, Justiça, Amor fraterno e Sacralização da vida".
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